Feliz 2017 repleto de saúde,alegria e muita poesia!
São os sinceros votos de EdiMaria
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Como Emília
Como Emília de retalhos coloridos
Crio em mim, uma mulher menina
Sagaz, inocente? Incoerente!
Como não me reinventar,
Em pedaços coloridos de vida,
Tal Lobato inventou sua boneca preferida
Gosto de bonecas. Quase não as tive
Apenas uma, única , de silicone
Era estática, braços e pernas sem mobilidade
Engessada, e vestia uma calcinha de babadinhos brancos
Mas era de silicone.Seu nome, Lili.
Assim, também todos os gatos na infância,
Chamavam-se Mimi
Quando me acusam de estar com mi mi mi
Aborreço-me, pois Lili, Mimi
São partes que compõem a mágica
Da fantasia infantil na mulher madura!
EdiMaria*/2016
Billing”s
Autoras EdiMaria & Carmem Moraes
Música classificada entre as finalistas do festival de musica do Bom Motivo/SP / 1994
Billing’s ao longe
Olho és um espelho
E por que tal fantasia acontece à tua luz?
Billing’s és vida, pinta natureza morte
Resultado incoerente
De um progresso que te aborta
A indústria enche
De comodidade
A vida da gente
E a sociedade, sem pensar o mínimo
Em ter o cuidado
De zelar da mãe, terra agoniada*
É verdade, matamos juntos
Nossa propriedade!!
Na beira da lagoa o lixo se produz
Urubus e garças, garças lixo, urubu
Peixe vivo ,agonizando
Peixe morto, horripilante
Quem é que os ajunta?
Quem é que os induz ?
Na beira da lagoa o lixo se produz....
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
VEVA - Autora Verônica Moraes
Assunto é fé. Exatamente aquela que não se aprende ou se apresenta em forma alguma. Invisível em seu centro duro e majestosamente linda na sua profunda superfície, onde moram coragem de crer e medo bestial. Fé no terço, Buda, no Espírito Santo, em Iemanja, na força da lua, Oxalás, Chisna. São Jorge. Simbolicamente construídos a partir do invisível. Invocação da alma, que num momento extremo de amor se materializa em colo, conforto, segurança. Nunca houve dúvida da hipnose que sofro alegre em fé. Creio como escovo os dentes todos os dias, diversas vezes. Crer nessa espiritual atmosfera de símbolos e ausências, riem meus amigos cético, é não creditar suficiente poder a mim mesma. Heis que divido assim as glórias de certas conquistas com o supremo invisível, que se manifesta em água azul morna do mar, em abraços de amigos, em estrela cadente, em filosóficas risadas. Fé, que seja estupidez, que seja redenção, é assunto primeiro no escuro calado de nós.
Verdade que mensuramos absolutamente tudo. Do sofrimento ao sucesso, ao status, á saúde. Tudo matemática pura para situar/avaliar estágios ou mesmo modelos. Padrões prontos, agora é só classificar. Pena que mesmo na matemática, evitemos ou não, há as terríveis variáveis para o desassossego da estabilidade do padrão. E padrão é tudo que não defendo. Não compreendo. Se somos cromossomos únicos, digitais individuais, como poderíamos seguir - Leia imitar - o outro? Mas sou deveras radical no empenho de romper.
Acontece que visto roupa velha, macia, manchada e cuido da terra com as unhas cheias de areia. Trabalho todos os dias e ando descalça para o espanto e desaprovação de uns, que amam a austera padronagem mais que a franca cara liberdade.
Serei condenada á liberdade? Serei vítima dessa imprudente mania de rir dos modelos do esperado?
Serei eu até o fim? Bendito seja o batom carmim, o salto 15 e a calça jeans.
Não espero de mim a erudição nem completo silêncio. Não espero pouco, sabe? No entanto, aprendo lentamente a esperar
Acontece que visto roupa velha, macia, manchada e cuido da terra com as unhas cheias de areia. Trabalho todos os dias e ando descalça para o espanto e desaprovação de uns, que amam a austera padronagem mais que a franca cara liberdade.
Serei condenada á liberdade? Serei vítima dessa imprudente mania de rir dos modelos do esperado?
Serei eu até o fim? Bendito seja o batom carmim, o salto 15 e a calça jeans.
Não espero de mim a erudição nem completo silêncio. Não espero pouco, sabe? No entanto, aprendo lentamente a esperar
Dia desses, afobada com tantas pequenas e grandes coisas a fazer, essa lista de tarefas tem reprodução mitocondrial, deparei com um pensamento rebelde, tão indomável que atormentou o suficiente para me fazer escuta-lo. Ele dizia: "vá descansar". Assim, bem simples como se fosse possível. Acreditei. Chocada com minha resignação, percebi que oferecemos descanso e "modelo de vida".
Descobri exausta!! Lembrei de uma conversa com meu Paulo Andre Bione
exatamente sobre isso.
Por favor amores, descansem sempre
Descobri exausta!! Lembrei de uma conversa com meu Paulo Andre Bione
exatamente sobre isso.
Por favor amores, descansem sempre
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
domingo, 6 de novembro de 2016
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Dora Doralice
Doce
Dora Doralice
Imensidão
no olhar
Cabelos
de algodão
De
sol a sol a malhar
A
doçura se espalha
É
que tem mel seu rezar
Sua
gaitada ecoava
Nos
campos ressequidos
A
plantar e a pescar
A
voz doce e os gemidos
Era
um enlevo pra alma
Contra
prantos ressentidos
Quantos
filhos gerou?
Sem
muito pra oferecer
O
que esperava deles
Se
não de dor perecer?
A
feira, terra, a pesca
De
onde tiravam o comer
Muitos
conheciam Dora
Por
aqueles secos campos
Suas
rezas e benditos
Soltos
por todos os cantos
Mulher
de riso largo
Nunca
aos desencantos
As
sertanejas fortes
E
essas são numerosas
Do
céu escolhem uma estrela
Dos
filhos são zelosas
Cuidam
da terra e sorte
As
Guardiãs prestimosas
As
paredes da casa
Eram
forradas de santos
Nem
cheguei a aprender
Os
nomes, pra meu espanto
Ali,
seu santuário
Tinha
magia e canto
Oh
! Dora Doralice
Mulher
mais encantada
Sempre
de bem com a vida
Longa
sua gaitada
O
azul do mar nos olhos
Seguia
sua estrada
Guardava
em seu baú
Lembranças
e nenhum mal
Ia
pro Juazeiro
Rezar
e coisa e tal Na fé e na oração
Tinha
a força vital
Se
trabalhava a terra
Ou
tecia algodão
Ouvia-se
o canto
Por
toda a vastidão
Pelas
terras desertas
Parecia
um furacão
Trabalhando
a dureza
Como
fosse um novelo
A
partir desse, teceu
Um
bonito modelo
Rezava
na região
Seguia
sem atropelo
O
eco da esperança
Saia
pela garganta
Ladainhas
e mantras
Faziam
dela uma santa
Tecia
redes, pescava
O
almoço e a janta
Aprendeu
o bem viver
Conhecia
o ensejo
De
buscar dentro do rio
Fazia
muito gracejo
Curimatã
e piabas
Sentia
por eles desejo
Seus
castelos de ventos
Minha,bendita
tia
Se
batia a dureza
Ficava
cinza seu dia
Depois
da tempestade
Voltava
a alegria
Desejo
de alimento
Sua
mesa tão pobre
Ser
sertaneja feliz
Ter
espírito tão nobre
Só
uma mulher encantada
Transforma
o barro em cobre!!
Acesse!!Conheça!!!Aprecie!!!!Comente!!!
A poetisa e cordelista EdiMaria recomeçou sua trejetória artística como cantora.
Lançado em Outubro de 2015,seu primeiro CD entitulado "Anjos da Seca",é composto por 7 músicas de crônicas musicadas, todas elas de cunho autoral.
Você pode conhecer e apreciar as músicas através desse site:
Catarina e Firmino
Nos
casamentos da roça
Isso foi
há muito tempo
O
costume era cobrar
A
“quota“ ao mais contentes
Dançar,
girar pela sala
Viver os
bons momentos
Primeiro
o dono da festa
Oferecia
os petiscos
Farofa,
galinha ou peru
Colocando
a fome em risco
Depois
do vinho, do bolo
Ninguém
mais ficava arisco
A partir
daquele instante
O quarto
se tornava o bar
Os
dançarinos com sede
Passavam
a bebida comprar
Sem
geladeiras na roça
Era
atrás do pote bebida pra gelar
Depois
do viva aos noivos!
O trio
começava a tocar
O povo
fazendo pirueta
Se via a
saia rodar
Alguns
contavam pabulagem
Aqui, só
eu sei dançar
Se a
moça era chamada
Pra
dançar aquela “parte”
E
negasse ao cavalheiro
Dançar,
mostrando sua arte
Até a
próxima música
Ficava
curtindo o descarte
Pela
madrugada a dentro
O povo
ocupava o terreiro
Molhavam
o piso de barro
Era
aquele aguaceiro
Dai
continuava a festa
Até a
música derradeira
La pela
madrugada
A
criançada com sono
Deitava
formando fileira
Ali no
maior abandono
Os pais
caiam na dança
Na dança
ninguém tinha dono
Já pra
os enamorados
A noite
passava ligeira
Ao
amanhecer do dia
Iam pra
baixo da mangueira
Chupar
mangas tão doces
Até
causava zonzeira
O tempo
passava e juntos
Construíam
uma dinastia
Filhos,
netos e bisnetos
Tinham
uma certa fidalguia
Quando o
sol não esturricava
E tinham
um invernia
Os cilos
então se enchiam
A roça
explodia em festa
Muitas
verduras e frutas
Não
tinham comida indigesta
O ano
corria feliz
Voltavam
a brincar sem arestas
Os anos
passavam velozes
Sentiam-se
realizados
Cada um
com suas rugas
Todos os
filhos criados
As novas
gerações assumiam
Com
orgulho o “cajado”
Fechando
essa história
É válida
uma reflexão
Família
é viga mestra
Para
haver sustentação
De uma
boa sociedade
Perpetuando
a criação
Poesia para reflexão - Simone Beauvoir
“A impressão que eu tenho é de não ter
envelhecido, embora esteja instalada
na velhice, o tempo é irrealizável.
Provisoriamente o tempo parou prá mim.
Provisoriamente, Mas eu não ignoro as
ameaças que o futuro encerra. Como também
não ignoro que é o passado que define a minha
abertura para o futuro. O meu passado é a
referência que me projeta e que eu devo
ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo
o meu saber e a minha ignorância, as minhas
necessidades, as minhas relações, a minha
cultura e o meu corpo. Que espaço o meu passado
deixa para minha liberdade hoje?
Não sou escrava dele.
O que sempre quis, foi comunicar da maneira
mais direta, unicamente, o sabor da minha
vida. Acho que consegui fazer.
Não desejei nem desejo nada mais do que
viver sem tempos mortos“.
Simone Beauvoir
sábado, 29 de outubro de 2016
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